terça-feira, junho 27

Ainda falam do nosso campeonato e dos nossos arbitros

Que este Mundial tem tido as piores arbitragens de que há memória já ninguém contesta. Até o próprio presidente da FIFA já deu um cartão amarelo à arbitragem que se vem praticando. No entanto, há uma selecção que tem beneficiado jogo após jogo de erros decisivos para a vitória: a Itália.
É incrivel como em 4 jogos a Itália consegue pelo menos em 3 ver o seu resultado beneficiado directamente pela arbitragem: foi-o com o Gana, escandalosamente com os E.U.A. (donde sacou apenas um 1-1) e agora com a Austrália. A Italia até jogou melhor e merecia ganhar, mas no futebol entre o merecer e o ganhar efectivamente vai por vezes uma distancia como daqui à China e não pode ser o árbitro o "justiceiro" do jogo.

O 2º jogo do dia foi o pior jogo deste Mundial. Um jogo chato, enfadonho, em que ambas as equipas foram protelando a decisão até mais não. Lá ganhou a Ucrânia, não sem antes, e como manda a tradição, a estrela Shevi falhar o 1º penalty. A Suiça, um clone da Grécia, leva o prémio de consolação de não ter sofrido qualquer golo.

Deixo aqui uma provocação, especialmente dirigida aos meus queridos amigos lagartácios: é o Pinto da Costa, a tal cabeça do "sistema", responsável pelos erros de arbitragem deste Mundial? Terá o F.C. Porto pago aos árbitros dos jogos de Portugal, para que prejudiquem a selecção, para assim afirmar que tinha razão quanto às escolhas de Scolari? Ou será que afinal a arbitragem mundial está apenas e só cheia de incompetentes?

Siga!

segunda-feira, junho 26

Assim não vejo a Final...

Antes de mais tenho de me render às evidências. Apesar de odiar o Scolari como pessoa, tenho de admitir que, com ou sem Nª Srª do Caravaggio, o mister é de facto um grande treinador. Conseguir motivar uma equipa para mesmo com todas as adversidades do jogo discuti-lo taco a taco até ao fim e com 9 não desistir de procurar ganhar o jogo, é obra. Por tudo isso parabéns também ao mister Scolari pela excelente campanha que a nossa selecção está a fazer.

Os oitavos-de-final começaram tão bem como o Mundial tinha começado, com a Alemanha a afirmar-se cada vez mais como um sério candidato à vitória. Resolveram o jogo aos 12 minutos e depois foi só gerir, descansando já para o jogo dos quartos com a Argentina.

A Argentina teve a caga do fim de semana. Um grande golo pôs os das pampas nos quartos, mas caso queiram seguir em frente vão ter de urgentemente começar a jogar à bola. Penso que o resultado foi injusto. O México foi sempre melhor, foi sempre mais equipa, trocando sempre muito bem a bola, mas falhando na finalização. Ganhou a individualidade contra a equipa.

Inglaterra-Equador. Apenas uma coisa: que joguem assim contra nós e podemos já começar a pensar no Brasil.

Portugal-Holanda. E a história repete-se. Um sofrimento daqueles à Inglaterra na Euro 2004. Muito bom para motivar as tropas, as do campo e a de fora. Só é pena que o Deco tenha sido mal expulso e que o Cristiano tenha ficado em dúvida para os quartos. O sr. Ministro teve uma paragem cerebral, cometendo um erro infantil que vai debilitar (e muito!) a nossa defesa contra a Inglaterra. Só espero é que os jogos de Portugal acalmem, senão mesmo que Portugal vá à final eu não vou ver, morro de ataque cardiaco antes...

Provavelmente o golo do Mundial

quinta-feira, junho 22

Portugal x Brasil na Final

Malta:

Sei que muitos de voces devem estar a usar um programinha de excel para apontar os resultados do mundial, que receberam por email...no entanto, vejam lá se a formula está certa, pois caso o Brasil fique em 1º do grupo deles, é impossivel uma Final em português. Calharão sempre nas meias-finais.

Têm aqui a folha de excel oficial da FIFA, confirmem se quiserem:
http://fifaworldcup.yahoo.com/06/en/e/predictor.html

A Verdade dos Factos

Santa Ignorancia Americana...

quarta-feira, junho 21

ARRGH! ARRGH! Mundial para os Mac users

Antes de mais quero deixar expresso o esclarecimento de um mal entendido: quando disse que "à pala de terem computadores bonitos e com design", referia-me à Macintosh e não aos seus proprietários, ou seja, "A Macintosh à pala de terem computadores...".


Naveguei um bocado por mares atribulados e encontrei algo que penso que será do interesse dos possuidores das maçãs (não os testei pois não tenho mac):
1 - http://www.eastbaytech.com/mac/itube.htm -
Pros: funciona em OsX
Contras: é apenas uma trial (se funcionar aqui o pirata arranja forma de saquear um crack algures), a full version é paga. Outro é que não sei se terá algum dos canais que transmite os mundiais (junto a lista de canais oficiais no comment).

2 - Caso os Mac contenham o Windows Media Player 10, aqui dá (atraves da RAI Sport) http://tv.funpeeps.com/?gclid=COivnvKo14UCFUhcMAoddD4xlA


Sempre à disposição. Barba Cinzenta. ARRRGH!

terça-feira, junho 20

Grande Figo...Deco...e mais um golo de fora de área

É disto que o meu povo gosta!

E o Video chegou ao Só Bola!

segunda-feira, junho 19

Mundial para todos!

Depois de passar o fim de semana na cidade de onde os primeiros piratas saíram e percorrer as suas ruas ao longo dos canais que ainda cheiram - entre outras coisas - aos gloriosos tempos dos perna-de-pau e papagaio no ombro, trago-vos uma pirataria à antiga!
Para que todos possam ver o Mundial é fácil:
1º ir aqui http://baixaki.ig.com.br/site/detail40842.htm e download o programa (se não der para fazer o download à primeira vão tentando até dar);
2º através deste maravilhoso programa podemos sintonizar uma série de canais que transmitem via web. É só sintonizarem o ESPN2, que dá os jogos todos em directo. (também podem ver em chinês no CCTV-5...)

Não será para todos todos, pois infelizmente ainda há que ter uma ligação de banda larga...mas é melhor que nada.

Abracinhos e AARRRGH!


P.S.: Para que se saiba os jogos na Alemanha são todos transmitidos em sinal aberto na ZDF2 e RTL e na Holanda também, assim como na França na TF1 e na M6...mais uma vez o Sul da Europa é a vergonha que se vê...

sexta-feira, junho 16

Pé canhão - O tridente sem paralelo do Equador

Um tridente afiado - Tenório/Kaviedes/Delgado, e apontado às goelas adversárias colocou o Equador nos oitavos-de-final e na liderança do grupo onde está a Alemanha.
Juntamente com a Espanha, o Equador foi até agora a selecção que apresentou o melhor futebol em prova, despachando com limpeza uma acanhada e medíocre Polónia (2-0) e uma introvertida Costa Rica (3-0). Nenhuma destas selcções é de primeira linha, por isso falta aos equatorenhos uma vítima de porte que possa dar credibilidade às suas aspirações, mas para já os adeptos do futebol puderam deliciar-se com a mais eficaz dupla de avançados em prova, Tenório e Delgado, servidos por um número 10 de grande nível, Kaviedes, que teve passagem muito discreta pelo futebol português no FCP.
Tenório é um poço de força, que rompe e galga as defesas adversárias como um tufão, aliando esse poder físico a um excelente sentido posicional. Delgado é um avançado mais fino e cerebral que sabe encostar à linha como um extremo para abrir a frente de ataque, e também jogar em apoio com Tenório, baralhando as marcações contrárias. Kaviedes faz aquilo que se pede a um número 10 de uma equipa que joga ao ataque, aparece frequentemente na área, vindo de trás, actuando como um terceiro ponta-de-lança. Depois, toda a equipa joga para permitir a este tridente estar afiado, com um notável sentido de entreajuda no meio-campo e na defesa, com váriaos jogadores a pressionarem o adversário que tem a bola. Quando não tem a bola, o Equador joga deliberadamente ao ataque, com rapidez e agressividade tenta recuperá-la para lançar a contra-ofensiva. Ontem com a Costa Rica, e mesmo a vencerem por 1-0 ou 2-0, os equatorenhos procuraram sempre atacar e "matar" o jogo. Os cínicos podem chamar a isto excesso de entusiasmo, eu prefiro chamar-lhe coragem e alegria do futebol de ataque. Se conseguirem manter este ritmo e sobretudo este nível de entrega física os equatorenhos podem aspirar a ser a revelação da prova e a ir mais longe do que deles se esperava. Mas falta-lhes ainda o grande teste de jogar com seleções de outra dimesão.

Pe canhão - Jogar para não perder

A primeira ronda foi uma grande seca. Nitidamente ninguém quis arriscar a entrar a perder e o que se viu foi um futebol fechado, heremético e sem criatividade para romper as linhas defensivas adversárias. Na primeira ronda as defesas supeiorizaram-se aos ataques. Com as raras excepções da endiabrada Espanha, da inconformada Alemanha, da cerebral Argentina, da eficaz Rep. Checa ou do explosivo Equador, o que se viu foi futebol medricas, acobardado e pragmático de que selecções como Brasil, Portugal e Inglaterra foram o expoente máximo. A regra da primeira ronda foi - o importante é não perder.
Com o início da segunda jornada o ferrolho tem tendência a abrir-se porque muitas das equipas precisam de ganhar pontos para manter as esperanças, como vai acontecer com o Irão. Esta postura abre espaço a um futebol menos calculista e mais espectacular, tendência que se acentuará naquela que é normalmente a melhor ronda de jogos de qulquer Mundial, a terceira jornada, do tudo ou nada. Imprópria para cardíacos. Quem já pode poupar o coração são os adeptos polacos, costa-riquenhos e paraguaios, as primeiras a carimbar o passaporte de regresso a casa.

Pé Canhão - O Brasil de salto alto

Aquilo que os brasileiros mais temem quando o escrete é favorito, pelos vistos vai acontecer mesmo. Os canarinhos entraram na competição de salto alto, e só ganharam à Croácia num momento de rara inspiração. O Brasil só será campeão do mudno se Ronaldinho Gaúcho e Káká levarem a equipa às costas, porque a dupla atacante - Ronaldo e Adriano parece estar a milhas daquilo que se esperava. Por isso ou o seu Parreira bota a velocidade do Robinho, sacrificando ou o Adriano ou o Ronaldo-Pesado, ou então o Brasil vai-se ver grego para ganhar jogos à vontade.

quarta-feira, junho 14

Asterix e os Helvéticos

Afinal ontem o bichinho foi mais forte e acabei por assistir ao Coreia do Sul-Togo. Acabou por ser um bom jogo (entretido vá), com bonitos golos e a deixar no ar a ideia cada vez mais sólida de que a Coreia do Sul é a selecção asiática que de futuro poderá ombrear com as europeias e sul-americanas.
A seguir a surpresa. A poderosa selecção francesa não foi além de um empate a zero com a para mim desconhecida selecção helvética. A Suiça demonstrou ser uma equipa coesa e muito organizada, principalmente a nivel defensivo, onde esteve sempre bem e não deu uma única abébia à França. Mas o mais curioso foi que o 0-0 acaba por ser, na minha opinião, um resultado muito bom para a França que beneficiou do desacerto a nivel da finalização da equipa neutral. A Suiça teve 2 ou 3 ocasiões flagrantes de golo, nas quais poderia ter sentenciado o jogo e relembrar o pesadelo gaulês de há 4 anos atrás. Ficou 0-0 e serão provavelmente estas as duas equipas a passar aos oitavos-de-final.
Às 20h entrou finalmente em campo a mais esperada das selecções, os penta-campeões canarinhos. O Brasil-Croácia foi para mim um dos melhores jogos deste Mundial. A Croácia não se acagaçou com a selecção maravilha e deu uma excelente réplica (pelo menos na 1ª parte) e podia até ter empatado já muito perto do fim. Mas o futebol é mesmo assim, quando se tem 8 ou 9 talentosos em 11, um deles faz uma revienga e decide o jogo. Excelente o golo de Kakà, a confirmar que esta nova bola convida aos golos de forá da area (recorde-se a Alemanha, o México, a Republica Checa e a Coreia, entre outros).
Hoje, nuestros hermanos e começa já a 2ª volta! Vamos lá ver se os polacos conseguem limpar a imagem e se a Alemanha confirma as boas indicações que deu no jogo de abertura.

terça-feira, junho 13

Cangurus, Checos e os loucos Romanos

Afinal o Australia-Japão acabou por ser um joguito mais ou menos, onde Hiddink demonstrou (se dúvidas ainda houvesse) que é de facto um bom treinador e com aquela estrelinha sempre necessária no jogo da bola. Os Cangurus fizeram a proeza de serem a 1ª equipa neste mundial a dar a volta ao resultado, demonstrando uma grande eficácia e pondo a nú novamente as debilidades dos Tamagochis, que apesar de jogarem um futebol rápido e técnico são ainda muito quadradões e perdulários a nivel do ultimo passe e da concretização.
No 2º jogo do dia, a confirmação daquela que é provavelmente uma das melhores selecções do momento, a mostrar que além de mulheres lindas a Chequia também é cheia de talentos futebolisticos. De realçar pela negativa a lesão do gigante Kohler e pela positiva o grande jogo de Rosicki (o Deco lá do sítio), inteligente, rápido e concretizador. Além do mais, adorei a derrota dos poderosos Estados Unidos (uma derrota que sabe sempre bem, nem que seja no jogo do guelas), pelo que nos fizeram há três anos e pela arrogância do paneleirote do seleccionador.
Finalmente, no último jogo do dia la bella Italia mostrou que não veio a este Mundial para brincar e ganhou sem espinhas (se pusermos de parte uma ou outra situação mais duvidosa de arbitragem, mas que tratando-se da Squadra Azurra já temos de contar...). Com uma solidez defensiva a toda a prova e com um meio campo atinadinho, a Italia fez o que quis do Gana que, apesar de tudo, não desistiu do jogo e tentou a todo o custo mudar o rumo dos acontecimentos, quase sempre com Essien como maestro.
Que venha então a França e o Brasil! (Vou fazer um skip ao Togo-Coreia do Sul, relegando-o para os resumos de fim do dia)

segunda-feira, junho 12

Pé canhão - Os Mourinho boys e os outros

A procissão ainda vai no adro, e o Mundial arranca quase em ritmo de aquecimento, mas já é possível destacar alguns jogadores que se destacaram nesta primeira ronda. Curiosamente dois deles são extremos e jogam no Chelsea de Mourinho, o que coloca a questão: O que é que o Simão vai para lá fazer - resposta, aquecer o banco!

O primeiro é Arjo Robben, o holandês que encheu o campo de magia e velocidade no jogo contra a Sérvia-Montenegro. As suas mudanças de velocidade, capacidade de desmarcação e "faro" pela baliza fazem dele um extremo temível, capaz de gerar desiquilibrios e pavor em qualquer defesa. Espero que se apanharmos a Holanda nos oitavos, Scolari prepare já um tratamento especial para o endiabrado holandês. Paulo Ferreira que o conhece bem, pode já ir estudando a marcação cerrada, porque com um diabo laranja destes, Miguel e as suas descidas pelo flanco, podem abrir a porta a Robben.

O outro é Joe Cole, um ariete naquele que eu considero ser o melhor meio-campo do mundo - Gerrard, Lampard, Beckham e Cole. O pequenote é um autêntico furacão, com as suas diagonais nas costas dos avançados a baralharem as marcações adversárias. Irrequieto e tecnicamente superior, Cole foi o melhor "bife", com a tranquilidade que dá ter as costas quentes, já que tem na rectaguarda um senhor cgamado Ashley Cole, que eu acredito ser o melhor lateral-esquerdo do mundo.

Riquelme, é um número dez à moda antiga. Brilhante a forma como organizou o jogo contra a espectacular e veloz selecção da Costa do Marfim. O argentino é daqueles maestros que sabe quando acelerar o ritmo, meter a pausa, e ordenar a circulação de bola. Depois quando menos se espera, rasga a defesa adversária com passes milimétricos para uma dupla de avançados de respeito: Crespo e Saviola. Mas eu ainda estou à espera de ver o menino-prodígio Messi e Carlitos Tevez, o corinthiano que cheira-me, será uma das revelações deste campeonato.

Por fim, Figo, merece para já estar no top dos melhores jogadores deste Mundial, pela forma refinada e categorizada como empurra o jogo de Portugal para a frente. Com Figo, a equipa das quinas ganha aquela dimensão de classe das grandes selecções. Um luxo.

Pé canhão - Não há almoços grátis

Portugal não foi a única selecção "favorita" no seu jogo de estreia a optar por uma toada de contenção e controlo. Recordo o Inglaterra-Paraguai, com os bifes a chegarem à vantagem muito cedo - com auto-golo do Grande Gamarra (continua a ser um defesa magnífico que não faz uma falta durante um jogo inteiro), e depois a meterem o pé no travão, limitando-se a uma espécie de controlo remoto do jogo.
Neste Mundial não vai haver jogos fáceis, como percebeu a Suécia que teve azar e azelhice de sobra, não conseguindo desfeitear a baliza do excelente e heróico Hinlop. Os tobaguenhos foram apenas duas vezes à baliza adversária durante 90 minutos e mesmo assim conseguiram sacar um pontinho contra Ibrahimovic, Ljunberg, Larsson e seus comparsas. Até agora, não houve nenhuma vitória categórica, nenhuma goleada, porque as defesas estão bem montadas e nesta fase é mais importante não perder do que ganhar.

Pé canhão - Um calmante!

O jogo de estreia de Portugal com os palancas negras foi no mínimo um calmante, um xanax potente. Os profetas da desgraça ficaram mais tranquilos e anestesiados com um começo positivo em que amealhamos o mais importante - os três pontos.
Portugal conseguiu não entrar a perder numa fase final (lembram-se da derrota contra os EUA em 2002 e contra a Grécia em 2004) e apesar de realizar uma exibição delicodoce e pobrezinha, mostrou que sabe gerir a carga emocional e ser pragmática.

O que interessava era o resultado e foi só com isso que a equipa se preocupou. Um golo madrugador serviu para arrefecer os Palancas e mantê-los em respeitinho, já que controlámos toda a partida, deixando apenas espaço para um ou dois sustos, bem desfeitos por Ricardo.
É natural que tivéssemos uma ambição maior, e quando Cristiano Ronaldo é substituido para entrar Costinha a solidificar o meio-campo, confesso que me irritei e comecei logo a temer o pior. Uma substituição dessas, que Scolari tanto gosta de fazer é normalmente um convite à valsa para a equipa adversária, ou seja, transmite um sinal de fraqueza que pode ser fatal para uma equipa que baixa a guarda. (Como a bela Itália de Trappatoni foi eliminada do Euro 2004 com a Suécia; depois de uma primeira parte de luxo, a velha raposa retira dois avançados e mete um médio-defensivo e um defesa)
Mas, se virmos bem, no seu percurso na selecção, se há coisa que Scolari sempre fez bem e com resultados, foram as substituições.
É um treinador prudente e experiente que sabe o que é preciso para vencer, mesmo em sacrifício do espectáculo. Um sargentão pragmático que, goste-se ou não, acaba sempre por ver confirmado no campo a sua razão.

Penso que a decisão de poupar Deco foi acertada, ainda mais tendo como alternativa ao "Mágico", um senhor chamado Luis Figo, de longe o melhor jogador em campo.
A velocidade com que ultrapassou o defesa-cavalão para fazer a assistência para Pauleta é a prova de que em futebol a idade não é documento, e com um Figo em boa forma, destilando classe e talento, levando a equipa para a frente, Portugal bem pode ir poupando Deco para a fase do mata-mata.
Menos influente e um pouco nervoso esteve Cristiano Ronaldo, que não está emocionalmente equilibrado, o que se reflecte no seu jogo, menos explosivo e mais inconsequente, mas tenho a certeza que nas horas decisivas, Cristiano Ronaldo vai aparecer e "resolver".
A defesa esteve bem e concentrada, com Miguel a dar profundidade à ala-direita, pobremente aproveitada por Simão uns furos abaixo do que pode fazer. Claro que com Figo a "dez", Simão teria de ser titular; é obviamente um jogador de banco nesta selecção, mas um bom coelho para ter na cartola.

Quanto à grande dúvida, a constituição do meio-campo mais recuado, ao contrário do Malvado, saudoso do seu meio-campo europeu, penso que a opção Petit/Tiago foi correcta, mesmo que tenha sido prematuramente desagastada.
Petit é sempre melhor opção do que Costinha quando o objectivo é ter um meio-campo mais pressionante e ofensivo, e Tiago é um jogador mais cerebral e moderador do que Maniche, que funciona como um motor de explosão.
No entanto, em função do adversário e do elevado desgaste dos centro-campistas é de prever grande rotatividade no centro nevrálgico da batalha.
Tenho a certeza que este quarteto será utilizado em praticamente todos os jogos, independentemente de quem alinha no inicío. A vantagem é ter o miolo sempre fresco e com rodagem em competição, um luxo a que poucas selecções se podem dar.
Por fim, uma palavra para Pauleta, que já desfez o enguiço do Euro e meteu um golo que lhe retira um pouco de pressão e lhe pode dar asas à sua melhor qualidade, a espontaneidade.
No global e apesar da exibição murcha, acho que foi uma entrada com o pé-direito, uma entrada digna de uma selecção com ambições de chegar longe na competição.
Com o resultado do México-Irão, os asiáticos vão estar obrigados a ganhar contra Portugal, ou seja vão jogar mais abertos, e como se sabe a selecção portuguesa é mortífera em contra-ataque. Esta primeira jornada abre excelentes perspectivas a resolvermos já o apuramento no sábado, basta não dar abébias. Acho que desta vez chegamos lá sem o coração nas mãos e sem sofrimento, o que a acontecer, seria inédito na história do futebol português.

Bola, bola e mais bola!

Já me tinha esquecido como é bom passar um fim de semana a ver bola!
Aliado ao prazer que é ver um Mundial de Futebol, tenho este ano a honra de assisti-los pela 1ª vez no novo formato HDTV (High Definition TV), um formato que além de apanhar mais largura do campo, tem uma definição que vai ao ponto de podermos ver clara e nitidamente uma gota de suor ou um pelo de barba mal feita. Como sou adepto do pessoal da bandeira preta com uma caveira, não pactuei com a lógica opressiva da Sporttv e virei-me para o canal alemão Premiere Sport HD. Mas o espectaculo não se fica pela alta definição de imagem...os jogos têm como audio os relatos em directo das televisões dos países que estão a jogar, e digo-vos que foi realmente algo extraordinário ouvir os comentadores ingleses (aqueles mesmos do FIFA para a PS2), os argentinos e, principalmente, os mexicanos da Azteca TV...mal posso esperar para ouvir os doidos dos brazucas amanhã no Brasil-Croácia!
Bem, tecnologias à parte:
Depois de um começo que prometia, com o Alemanha-Costa Rica a presentear-nos com 6 golos, o fim de semana prosseguiu em tom morno...mesmo assim e apesar de estarmos ainda apenas na 1ª jornada, já se viu, a espaços, bom futebol: foi o caso da primeira hora de jogo do Argentina-Costa do Marfim e do jogo Mexico-Irão, que apesar de não ser um grande jogo, foi corridinho e alertou já para o facto de que afinal as equipas que integram o nosso grupo não são assim tão cepas (embora a defesa do Irão seja pouco mais que ridicula).
Para acabar o fim de semana lá veio o nosso primeiro jogo...farei minhas as palavras da maioria dos intervenientes e comentadores desportivos, ganhámos 3 pontos e, nesta fase é isso que interessa. Para o proximo jogo espero é que o sr. iluminado, sua santidade Luiz Filipe Scolari, abra os olhos e ponha o Costinha e o Maniche de inicio e relegue para o banco o pequeno Simão que mostrou já que algo não vai bem na sua forma (e vai este gajo em vez do Quaresma...)...o menino-estrelinha tambem precisa de sentar-se no banco e, como referia o comentador inglês, perder algum tempo a olhar para o Figo, para ver se aprende algo ácerca de humildade e posse de bola (este menino lembra-me o Willie "Steamin´" Beamen no filme Any Given Sunday...).
Hoje, que venha mais bola! Estou ansioso para o jogo das 14h. Tenho grande curiosidade de ver o Japão de Zico!

domingo, junho 11

Pé canhão - Pré-Portugal

É hoje que Portugal sobe ao relvado de Colónia para iniciar a sua longa (esperamos) caminhada neste Mundial de Futebol. Os portugueses estão desde já divididos entre dois grandes facções – os pessimistas crónicos e os optimistas insanos. Os primeiros acreditam que vamos ter uma participação desastrosa e ser cilindrados por Angola, Irão e México. Saindo vergonhosamente e de nariz cabisbaixo como aconteceu na Coreia.
Os segundos, são os fanáticos da ilusão e já nos imaginam na final a vergar o poderoso Brasil. Cá por mim, acho que expectativas moderadas e realistas são sempre o melhor tónico para ir vendo os jogos. Julgo que se o nosso “quadrado meio-mágico” funcionar – Deco-Figo-C. Ronaldo-Pauleta – temos condições para vencer com à vontade Angola, para suar as estopinhas com o Irão (selecção difícil para o nosso modelo de jogo) e para gerir o resultado com o México. Depois disso é sempre a doer, e cá pelas minhas contas, sai-nos a Holanda nos oitavos, (e podemos passar) e a Inglaterra nos quartos, e acho que aí é que vamos ficar pelo caminho. Os bifes têm uma selecção bem mais poderosa que há dois anos, e se Rooney recuperar como deve ser, são favoritos.
Seu Scolari disse que o seu objectivo era chegar aos quartos, depois disso tudo pode acontecer, acho que é uma perspectiva realista, a não ser que se abata sobre a selecção aqueles estranho síndrome de Fernando Mamede que tantas vezes deita por terra as nossas mais legítimas expectativas.
Mais do que bons resultados, espero de Portugal boas exibições, porque para torcer a sério pela vitória no Mundial tenho a minha selecção “mundialeira” de sempre – o fabuloso escrete, que desde 1982 – o primeiro mundial que me lembro de ver – sempre foi a segunda selecção do meu coração.
Força Portugal, força Brasil e força Angola (excepto hoje), chamem-me neo-colonialista, mas em português nos entendemos na paixão pelo futebol.

Pé canhão - Venha mas é a redondinha

Depois de semanas a sermos bombardeados com exercícios de aquecimento jornalistiqueiro para o Mundial, chegou finalmente a nossa hora. Como escrevia o Vasco, venha mas é a redondinha, que já basta de funfuns e gaitinhas.
Não me recordo de tamanha imbecilidade colectiva em antecipação de um Mundial, como explicava um dos 160 jornalistas da Globo destacado para o Mundial – se o Ronaldo pegar um resfriado é notícia de abertura, são 160 milhões de brasileiros a torcer por melhoras. Os jornalistas portugueses, que não são tantos nem têm metade da graça e por isso ocupam o tempo a debitar inotícias, a inventar pintelhices e a indignarem-se pelo simples facto dos jogadores da nossa selecção não se predisporem a dar autógrafos 24 horas por dia, a doentes mentais que afirmam com todas as letras que estar na presença de um ídolo de pernas felpudas foi o dia mais feliz das suas vidas.

Os dias mais felizes da minha vida vão ser os que se seguem no mês de Junho. Independentemente dos resultados da nossa selecção e desta febre patrioteira, o que realmente me importa é esse jogo chamado futebol jogado, e não os artistas de bancada.
O mundial de futebol é um momento supremo de felicidade para todos aqueles que amam o jogo, que vibram com as jogadas dos maiores intérpretes desta arte.
Infelizmente o campeonato do mundo de futebol que devia ser património da humanidade foi este ano vedado ao povo. Temos em canal aberto os jogos de Portugal, mas a maior parte vai para a Sport TV, que recorde-se não tem cobertura nacional e é um canal pago, para encher os bolsos da FIFA e do senhor Joaquim Oliveira.
Nada tenho contra o facto do senhor Oliveira comprar os direitos de transmissão e que os tente defender e rentabilizar, parece-me é escandaloso que selecções de futebol e respectivas federações de futebol de países (e não são clubes “privados”) possam impedir o “povão” da grande festa do futebol e entregar esses direitos a um canal de pay-tv. Que o futebol é um grande negócio e uma indústria multinacional já o sabíamos, mas em Portugal este Mundial ficará na história como a primeira vez que a mais universal e fantástica competição desportiva do mundo só seja acessível na íntegra a assinantes da Sport TV que desembolsam 25 euros por mês para ter acesso a esse condomínio privado.
Eu recuso-me a pagar essa pirataria espertalhaça e prefiro gastar 25 euros em imperiais para ir acompanhando o Coreia- do Sul- Togo na tasca do sr. Carlos ali na Cruz Quebrada.
Mas voltando ao Vasco, venha mas é a redondinha.