domingo, junho 11

Pé canhão - Venha mas é a redondinha

Depois de semanas a sermos bombardeados com exercícios de aquecimento jornalistiqueiro para o Mundial, chegou finalmente a nossa hora. Como escrevia o Vasco, venha mas é a redondinha, que já basta de funfuns e gaitinhas.
Não me recordo de tamanha imbecilidade colectiva em antecipação de um Mundial, como explicava um dos 160 jornalistas da Globo destacado para o Mundial – se o Ronaldo pegar um resfriado é notícia de abertura, são 160 milhões de brasileiros a torcer por melhoras. Os jornalistas portugueses, que não são tantos nem têm metade da graça e por isso ocupam o tempo a debitar inotícias, a inventar pintelhices e a indignarem-se pelo simples facto dos jogadores da nossa selecção não se predisporem a dar autógrafos 24 horas por dia, a doentes mentais que afirmam com todas as letras que estar na presença de um ídolo de pernas felpudas foi o dia mais feliz das suas vidas.

Os dias mais felizes da minha vida vão ser os que se seguem no mês de Junho. Independentemente dos resultados da nossa selecção e desta febre patrioteira, o que realmente me importa é esse jogo chamado futebol jogado, e não os artistas de bancada.
O mundial de futebol é um momento supremo de felicidade para todos aqueles que amam o jogo, que vibram com as jogadas dos maiores intérpretes desta arte.
Infelizmente o campeonato do mundo de futebol que devia ser património da humanidade foi este ano vedado ao povo. Temos em canal aberto os jogos de Portugal, mas a maior parte vai para a Sport TV, que recorde-se não tem cobertura nacional e é um canal pago, para encher os bolsos da FIFA e do senhor Joaquim Oliveira.
Nada tenho contra o facto do senhor Oliveira comprar os direitos de transmissão e que os tente defender e rentabilizar, parece-me é escandaloso que selecções de futebol e respectivas federações de futebol de países (e não são clubes “privados”) possam impedir o “povão” da grande festa do futebol e entregar esses direitos a um canal de pay-tv. Que o futebol é um grande negócio e uma indústria multinacional já o sabíamos, mas em Portugal este Mundial ficará na história como a primeira vez que a mais universal e fantástica competição desportiva do mundo só seja acessível na íntegra a assinantes da Sport TV que desembolsam 25 euros por mês para ter acesso a esse condomínio privado.
Eu recuso-me a pagar essa pirataria espertalhaça e prefiro gastar 25 euros em imperiais para ir acompanhando o Coreia- do Sul- Togo na tasca do sr. Carlos ali na Cruz Quebrada.
Mas voltando ao Vasco, venha mas é a redondinha.