sexta-feira, maio 26

As opções de Scolari e os sub-21

A pobre prestação da selecção sub-21 pode servir de secreto reconforto para os indefectíveis das opções de Scolari para o Mundial da Alemanha. Nem Quaresma, nem Moutinho mostraram até agora que são jogadores desiquilibradores numa competição de "júniores", quanto mais nos "consagrados", onde não estão integrados na mecânica e no espírito da selecção. Julgo que Felipão tem direito às suas opções, o que não tem direito à soberania da razão, e continuou a achar que Quaresma e Moutinho teriam lugar na selecção.Por duas razões desportivas muito simples: Num daqueles jogos de aperto e sufoco, em que não conseguimos furar a muralha adversária (como vai ser com o México e com o Irão), Quaresma seria um jogador bem mais incisivo e imprevisível do que Boamorte, e por isso, um "joker" de luxo. No caso de Moutinho, o mais provável é que passasse o Mundial sem jogar, mas e se Deco se lesiona? Quem é que fica com o lugar - o Hugo Viana? Além disso, qualquer família normal vai crescendo e tendo novos filhos, só a do seu Scolari é que não, é uma familia que não se reproduz e não se renova. Uma família que não sabe integrar e ensinar os mais novos não é uma família, é um clube de amigos.

Rica em talento pobrezinha em organização

Frustrante é o mínimo que se pode dizer sobre a selecção de Sub-21 que praticamente hipotecou a passagem às meias-finais do Europeu, depois de duas derrotas com a França e com a Sérvia, contabilizando 180 minutos sem marcar nenhum golo, e sofrendo três. Mais do que os resultados o que é confrangedor é a pobreza franciscana das exibições, para um colectivo que entrou de saltos altos convencido que era uma espécie de Brasil dos júniores. Indiscutível a qualidade da matéria-prima, com jogadores que são já mais do que meras esperanças: Quaresma, Moutinho, Nani, Manuel Fernandes e Raúl Meireles, só para nomear aqueles que são titulares indiscutíveis dos seus clubes (os três grandes). A lição a retirar com este amargo sabor da derrota é que uma selecção com aspirações não pode estar exclusivamente dependente do talento e da inspiração dos seus principais jogadores. Todos sabemos que o talento é volúvel e incerto. O que não é incerto, nem volúvel é a organização de jogo, o sentido de colectivo, o espírito de entreajuda, o trabalho. E foi tudo isso que faltou aos "putos" portugueses, uma equipa de talento adormecido e amarrado pelo superior talento e organização da França (uma selecção superior a Portugal em talento e organização) ou pelos sérvios, claramente superiores em organização.
A euforia pré-menstrual em torno da selecção e os episódios que rodearam as convocatórias podem explicar o descalabro, mas o seleccionador Agostinho Oliveira é a face visível da derrota e do desnorte. Não soube construir uma equipa, e após a lição de futebol organizado e maduro que recebemos da França, decidiu dar uma de Scolari e revolucionar o onze no jogo com a Sérvia, remetendo ao banco Moutinho e dando a batuta a Nani, lançando Varela e remetendo Nélson, Rolando e Nuno Morais ao banco - ou seja uma defesa onde só permaneceu um desastrado José Castro. Desastradas opções de um treinador que não percebeu que o modelo de jogo em que nos viciamos e nos deu o apuramento, pura e simplesmente não servia nesta fase final. Ou seja, centros de Quaresma para as entradas a matar de Hugo Almeida. Com Harry Potter blocado e Hugo Almeida sem munições, Portugal secou, e pior do que isso continuo a insistir em despejar bolas para a área contra uma implacável defesa francesa e uma gigantesca defesa sérvia que tem dois centrais que qualquer clube do mundo gostaria de ter. Um treinador de futebol a sério devia saber ler a inoperância deste tipo de jogo e tentar incutir um futebol mais apoiado de passe curto e progressão pela zona central, criando espaços para os remates de meia-distância de Manuel Fernandes e Raul Meireles.
No naufrágio colectivo em que mergulhou a selecção é bom ressalvar dois ou três sobreviventes - Raúl Meireles pela entrega e esclarecimento, Bruno Vale sem culpas e apesar de tudo, Quaresma, batalhador e inconformado, mas sem a chama incendiária que todos lhe reconhecemos. Só um milagre nos dará o apuramento, mas como são novos esperemos que os nossos rapazes reconheçam os erros e façam um bom jogo com a Alemanha. Numa competição de "cantera" destas o mais importante não é o resultado competitivo é sim os ensinamentos a retirar - esperemos que as nossas jovens estrelas que futebol é muito mais que fintas e penteados "fashion", é também humildade e cooperação.
Esperemos também que os nossos "A" tenham visto com atenção os jogos dos putos e que o povão arrefeça um pouco a sua euforia, porque hoje em dia, só o talento não chega para ganhar jogos, é preciso organização e coração.

quinta-feira, maio 25

O maestro regressa




Finalmente uma alegria, depois da equívoca contratação do Engenheiro do Tenta. O maestro regressa à Luz, regressa a casa. Rui Costa, um dos últimos grandes números "10" clássicos do futebol europeu vem emprestar ao Benfica a classe que lhe falta há muitos anos, talvez doze, precisamente na última época em que o Benfica teve um número 10 como deve ser. Mesmo que só tenha pernas para 60 minutos, Rui Costa é definitivamente a melhor aquisição do Benfica dos últimos anos, e vai certamente dar ainda muitas alegrias. Além de tudo o mais, o Benfica ganha um capitão natural, um patrão que devolva a mística a uma equipa que é de mercenários há anos demais. Para evitar as tradicionais bojardices febris clubisticas, gostaria apenas de dizer que Figo também poderia acabar a carreira no seu Sporting. A diferença é que Figo gosta mais de dinheiro do que do seu clube, enquanto Rui Costa esteve disposto a "abdicar" de um chorudo ordenado para poder jogar no seu Benfica. Uma pequena diferença que faz toda a diferença.

terça-feira, maio 16

Há mais alguma coisa para ganhar?...


...ou podemos ir de férias?

segunda-feira, maio 8

Então?Ninguem diz nada?!

A mim ocorre-me simplesmente dizer:
-Trezumtrezumtrezumtrezumtrezumtrezumtrezumtrezumtrezumtrezumtrezum...(bis, ou melhor, tris)teza encarnada.