segunda-feira, outubro 1

A política de contratações dos três grandes

No começo do defeso os adeptos do Benfica tinham algumas razões para alimentar algum optimismo. Por um lado, as saídas de Pepe e Andersson do FC Porto e de Nani do Sporting, por outro, a garantia de que a equipa encarnada iria manter a sua coluna vertebral e comprar jogadores para colmatar as lacunas da equipa e dar opções múltiplas ao treinador.
Depois, foi o que se viu, o Benfica acabou por deixar saír Andersson, Karagounis, Simão, Miccoli, ou seja, quatro titulares da equipa, comprando jogadores a granel. Acabou também por despedir o treinador em nome do qual aquelas contratações tinham sido feitas, e com a chegada do novo treinador "descobriu-se" que faltavam peças para o meio-campo, o que qualquer observador médio já podia ter percebido muito antes. A saída de Manuel Fernandes agudizou o problema e o Benfica fez compras de última hora em saldos, com um "banco" do PSG (Cebola Rodriguez) e um desconhecido uruguaio - Maxi Pereira, que ajudaram a construir o Mercosul em que se tornou o plantel do Benfica. Neste momento, o Benfica tem um plantel com 32 jogadores (um exagero), e cerca de 15 reforços! Para uma equipa que precisava de uns acertozinhos, é obra!


Em contrapartida, tanto FC Porto como o Sporting fizeram uma gestão bem mais eficaz e discreta da gestão desportiva do defeso.
No caso dos leões, apenas os desaires Tello e Caneira, podem ter baralhado as contas, porque de resto vê-se que os jogadores adquiridos, quer se goste, ou não, servem o modelo de jogo do treinador. Izmailov e Vukcevic são dois bons jogadores e Derlei podia ter-se afirmado como um bom "partenair" para Liedson, caso o infortúnio da lesão não lhe tivesse batido à porta. De resto, parece-me que o Sporting tem um onze de qualidade, à excepção dos defesas laterais, mas dificilmente terá extensão de banco para Paulo Bento poder fazer uma rotação de jogadores eficaz. O Sporting, mais uma vez, vai iludir os seus adeptos até à ponta final, para depois, e como de costume morrer na praia.


No caso do FC Porto, é surpreendente a eficácia da equipa titular que transita quase na totalidade da época passada, até agora com resultados claros que caucionam as escolhas do seu treinador. Somar por vitórias os jogos até agora disputados na Liga, é obra. Resta saber se quando chegar o inevitável momento de integrar reforços como Bolleti, Stepanovic, Farias ou Gonzalez, eles vão estar pelos ajustes, e integrar-se como deve ser. Espero que não, mas veremos.