sexta-feira, junho 16

Pé canhão - O tridente sem paralelo do Equador

Um tridente afiado - Tenório/Kaviedes/Delgado, e apontado às goelas adversárias colocou o Equador nos oitavos-de-final e na liderança do grupo onde está a Alemanha.
Juntamente com a Espanha, o Equador foi até agora a selecção que apresentou o melhor futebol em prova, despachando com limpeza uma acanhada e medíocre Polónia (2-0) e uma introvertida Costa Rica (3-0). Nenhuma destas selcções é de primeira linha, por isso falta aos equatorenhos uma vítima de porte que possa dar credibilidade às suas aspirações, mas para já os adeptos do futebol puderam deliciar-se com a mais eficaz dupla de avançados em prova, Tenório e Delgado, servidos por um número 10 de grande nível, Kaviedes, que teve passagem muito discreta pelo futebol português no FCP.
Tenório é um poço de força, que rompe e galga as defesas adversárias como um tufão, aliando esse poder físico a um excelente sentido posicional. Delgado é um avançado mais fino e cerebral que sabe encostar à linha como um extremo para abrir a frente de ataque, e também jogar em apoio com Tenório, baralhando as marcações contrárias. Kaviedes faz aquilo que se pede a um número 10 de uma equipa que joga ao ataque, aparece frequentemente na área, vindo de trás, actuando como um terceiro ponta-de-lança. Depois, toda a equipa joga para permitir a este tridente estar afiado, com um notável sentido de entreajuda no meio-campo e na defesa, com váriaos jogadores a pressionarem o adversário que tem a bola. Quando não tem a bola, o Equador joga deliberadamente ao ataque, com rapidez e agressividade tenta recuperá-la para lançar a contra-ofensiva. Ontem com a Costa Rica, e mesmo a vencerem por 1-0 ou 2-0, os equatorenhos procuraram sempre atacar e "matar" o jogo. Os cínicos podem chamar a isto excesso de entusiasmo, eu prefiro chamar-lhe coragem e alegria do futebol de ataque. Se conseguirem manter este ritmo e sobretudo este nível de entrega física os equatorenhos podem aspirar a ser a revelação da prova e a ir mais longe do que deles se esperava. Mas falta-lhes ainda o grande teste de jogar com seleções de outra dimesão.