quinta-feira, agosto 31

A embrulhada Mateus

Esta novela com mais episodios que o Dallas e com mais surpresas que a Quinta Dimensão, toda espremidinha não tem um argumento melhor que a Floribella ou os Morangos com Açucar...
Não vou descrever todo este caso, pois a esta altura toda a gente já sabe do que se trata. Vou antes dar a minha perspectiva mais júridica da coisa.
O Prof. Marcelo, manhosamente diga-se, deu um parecer no ultimo Domingo que foi no minimo tendencioso para o clube da área dele, o dos galos que tem com propriedade um presidente que não passa de um ridiculo galaró...Ora, na perspectiva do ilustre professor, a F.I.F.A. ao negar o acesso aos tribunais civis aos clubes sob a sua alçada, estaria a manietar os direitos constitucionalmente protegidos daqueles. No entanto, tal não é verdade e por uma razão: a F.I.F.A. é de facto uma empresa comercial multinacional e privada e, também aqui de acordo com o professor, não pode sobrepor-se à legislação de estados-nação soberanos, MAS, neste caso, não há qualquer conflito entre as regras estabelecidas pelo organismo que regula o futebol mundial e qualquer legislação nacional.
Vamos por partes:
1. A Constituição Portuguesa e a Legislação Processual Portuguesa, de facto preveem o direito de recurso às instâncias civis. No entanto, tal direito não é inalianável - como bem o professor martelo sabe. Quantas vezes aquando dos acordos judiciais as partes não "declaram expressamente renunciar a qualquer direito de recurso"? Sempre ou quase sempre. É, portanto um direito alianável;
2. A F.I.F.A. , como empresa privada, realiza competições privadas, nas quais só se inscreve quem quer. E, no acto de inscrição, os clubes e federações que declaram aderir às competições PRIVADAS organizadas pela F.I.F.A., assinam um documento onde EXPRESSAMENTE declaram renunciar ao direito de recurso para as instâncias judiciais civis nos casos de conflitos desportivos que ocorram nessas competições privadas, atribuindo jurisdição TOTAL e EXCLUSIVA às instancias de justiça desportivas.
Ora,
comparar este caso Mateus com o caso Bozman - como fez o professor - é comparar alhos com bogalhos - e o professor, repito, sabe-o bem e melhor que eu com certeza. No caso do jogador belga o que se passava era uma clara sobreposição das regras da F.I.F.A. a uma lei da União Europeia, que tinha como consequência retirar - aí sim - direitos constitucionalmente e legalmente consagrados, nomeadamente o direito ao trabalho, a um cidadão europeu. Ou seja, a lei previa a livre circulação de pessoas e bens no espaço europeu, não prevendo qualquer excepção para o futebol (como acontece p. ex. na venda de automóveis...). Deste modo era ilegal uma empresa comercial privada estabelecer regras contra normas IMPERATIVAS (de aplicação obrigatória) estabelecidas em toda a União Europeia...Conclusão: não tem nada a ver com o caso Mateus, pois o Gil Vicente renunciou ao direito de recurso para as instâncias judiciais civis quando entrou para a Liga de Clubes e não pode, só porque agora lhe convém, vir dizer que afinal é um seu direito constitucionalmente e legalmente protegido.

Resumo:
enquanto que no caso Mateus, a F.I.F.A. obriga os clubes que queiram participar nas suas competições privadas, a renunciarem expressamente a um direito que é alianável, no caso Bozman impunha-se uma excepção que não existia na lei e que atentava contra a liberdade e igualdade do trabalho, pois um padeiro italiano ou um trolha português podia livremente trabalhar na Inglaterra sem ser considerado estrangeiro e um futebolista de qualquer país da União não podia, porque os senhores da F.I.F.A. diziam que não - razão pela qual se acabou com essa excepção e consequentemente com as escolas de futebol dos países mais pobres como Portugal que desistiram de formar jogadores (honra seja feita ao Sporting por ter sido diferente) para os grandes colossos europeus.

Solução:
tivesse eu algum poder no futebol e decidiria da seguinte maneira: não conheço o regulamento da Liga mas caso esteja omisso este caso de um clube ser despromovido por sanção, penso que o mais justo seria mesmo subir o Leixões - por um lado o Belenenses desceu desportivamente, não fez os pontos necessários, desceu, ponto final; por outro lado o Gil Vicente tem de ser punido com a despromoção ou mesmo com a suspensão (pois é reicidente, 1ª no caso mateus 2ª com a presente providencia cautelar); assim, sobe o 3º classificado da II Liga - penso que assim premiar-se-ia por cima (o Leixões que lutou por um dos lugares cimeiros) e não por baixo (o Belenenses que lutou pela menos má classificação).

terça-feira, agosto 29

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quinta-feira, agosto 17

O Dragão ferido

Quanto ao novo técnico:

Sinceramente não gosto do Jesualdo Ferreira.
E, para que mais tarde não me acusem de incongruente, ficam desde já registadas as minhas reservas quanto ao novo técnico do Porto. Acho-o brando demais para treinador do meu clube, além de achar que é defensor de um futebol enfadonho e de ferrolho, daquele futebol que joga apenas e só no erro do adversário...até é capaz de resultar, mas não gosto. É estranho como com treinadores portugueses como o Carvalhal ou como o portista Carlos Brito, a escolha recaia precisamente num benfiquista que estava ao serviço do rival Boavista e com quem comprámos uma guerra por causa deste assunto.
Let´s wait and see.


Quanto ao velho técnico:

Ainda bem que se foi. Não o tivesse feito agora por sua vontade e teria tido o mesmo destino lá para Novembro, após mais uma série de derrotas europeias.
Discordo com o amigo Pelé. O Adriaanse era uma besta e o FCP só fez a dobradinha, porque por uma lado ganhou de forma duvidosa ao Sporting na meia-final da Taça e, por outro lado, ganhou por mero acaso ao Sporting em Alvalade. Um mero acaso portanto.
Vai e não voltes, que não deixas saudades.


Quanto à Direcção:

É só disparates atrás de disparates. Treinadores e jogadores, milhares de jogadores. E agora, a nova versão - a 2006/2007 - que é a de ir repescar os jogadores que o Holandês mandou embora...infelizmente o Postiga pôde voltar - com imenso alívio do St. Ettiene com certeza - mas o Hugo Almeida já não o deixaram...
Pintinho dedica-te à pesca e a passear por esse mundo fora e deixa o teu menino, o FCP, seguir o seu rumo sem ti.

quarta-feira, agosto 16

Adeus Adriaanse

Adeus ao treinador mais meteórico e extravagante que passou pelo futebol português nos últimos anos. Louco ou romântico, amado ou odiado, o holandês voador foi pelo menos uma lufada de ar fresco no futebol português, ao contrário do seu compatriota que se embrenhou numa floresta de equívocos de que nunca conseguiu sair. A rir, a rir, Adriaanse deu uma "dobradinha" ao FC Porto, enquanto Koeman deixou apenas a ilusão da grandeza, como nos aristocratas falidos. Mesmo sem "striker", Jesualdo Ferreira foi uma opção inteligente de Pinto da Costa. Nos três grandes, três treinadores portugueses, e o melhor, sem sombra de dúvida está no FC Porto. Um treinador que o Benfica achou que não estava à sua altura, e que será provavlemente campeão nacional pelo FC Porto.
Se não fosse triste, era irónico.

Campeões da pré-época

O SCP é o campeão da pré-época. Parabéns, levem a taça. Se a história tiver a teimosia de se repetir, o SCP não passará disso mesmo, de campeão da pré-época.No futebol o SCP é a equipa que há muitos anos melhor corporiza o velho provérbio - o primeiro milho é para os lagartos.
E no fim ganha o FCP.

Extremismos

Desconsolos à parte, quando uma equipa como o Benfica do senhor Veiga tem como novos extremos o Manu e o Paulo Jorge, e como treinador o Fernando Santos, está tudo dito. Quando é que os grunhos benfiquistas começam a discutir a muito discutível política desportiva do clube. Provavelmente, tarde de mais, como de costume.