quinta-feira, dezembro 7

O que nasce torto às vezes endireita-se

Uma palavra ao treinador

Aquilo que ameaçava ser uma campanha desastrosa na Champions acabou por se compor para o Porto.
Jesualdo Ferreira provou (a mim tambem...) que afinal é um bom treinador, conseguiu reorganizar a manta de retalhos que era o Porto, tornando-a numa equipa "solidária e coesa". De facto, jogamos bem, sem deslumbrar, mas com muito piano carregado, com entrega ao jogo, com inteligência e com um único objectivo: ganhar. Tirando o jogo com o Arsenal em Londres (em que Jesualdo inventou e perdeu) e com o Sporting em Alvalade (que foi uma autêntica miséria franciscana), o Porto encontrou já uma identidade de jogo, com muita disciplina táctica e com um equilibrio assinalável entre os diversos sectores.

Quanto à Liga dos Campeões


O desaire em casa frente ao CSKA (0-0), provou-se afinal ter sido o que na altura pareceu: pura injustiça e falta de sorte, num jogo que o Porto fez tudo para ganhar contra uma equipa que foi incapaz de fazer um único remate à baliza durante toda a partida. Não fosse a invenção feita por Jesualdo em Londres e as coisas ter-se-iam composto provavelmente logo na 2ª Jornada. Depois vieram as vitórias e a motivação, tendo culminado esta primeira fase com mais uma injustiça: um novo nulo no Dragão onde apenas uma equipa - a da casa - tentou vencer. As estatísticas oficiais não mentem: 13 remates para o Porto (6 dos quais à baliza), 4 para o Arsenal (0 à baliza).

O Porto acabou por conseguir aquilo que Benfica e Sporting foram incapazes, ou seja, empatar para passar, embora os outros dois tenham falhado por razões diferentes: o Benfica contra o colosso Man. U apanhando-se a ganhar, recuou; o Sporting por claro erro de casting na escolha do onze, acabou por perder em casa frente à equipa mais fraca do grupo.

Apenas fica a tristeza de o Porto não ter ganho (como devia e merecia) o jogo de ontem, pois agora iremos para o Pote 2 e a julgar pelas equipas do Pote 1 que nos podem calhar (Chelsea, Bayern, Liverpool, Valencia, AC Milan, Man. U e Lyon), a tarefa seguinte será com certeza muito dificil...logo se vê.

Como ontem ouvi na Antena 1 um ouvinte do Sporting dizer: "Na europa fica tudo como deve ficar: a equipa que não joga nada sai, a que se vai safando vai para a UEFA, e a melhor equipa portuguesa fica na Champions"... não resisto a dedicar aos meus amigos lagartácios a fábula do sapo, pois falaram cedo demais ("se não fosse o sporting, Portugal não fazia pontos", "ganhámos ao poderoso Inter e empatámos no dificil campo do Spartak", "uma equipa de tostões que vale milhões", "o Paulo Bento é o novo mourinho" e etc, etc...)...