sábado, outubro 28

Para que conste

Para não dizerem que só dou umas biqueiradas quando o Benfica andé em maré alta (o que é raro), aqui vão os meus bitaites sobre o clássico.
O resultado é justo no seu conteúdo e injusto na forma. Eu explico.

É justo porque a primeira meia-hora do FC Porto foi avassaladora, e mostrou a grande fragilidade deste Benfica quando submetido a pressão alta.
Andersson, Quaresma, Hélder Postiga e Lizandro escaqueiraram aquele pseudo meio-campo do Benfica e infernizaram a defesa. O primeiro golo é fortuito o segundo é um hino ao futebol. Ao passar da meia-hora eu e todos os benfiquistas já temíamos ou pior, ou seja, um cabaz deles.

Mas, estranhamente, e sem saber ler nem escrever o Benfica tem duas ocasiões soberanas para fazer um golo, que só não o foi graças a duas extraordinárias defesas do Helton (os guarda-redes também contam), e mais estranhamente ainda, o FC Porto começa literalmente a bater uma sesta.

Na segunda parte, o jogo estava mais aberto porque o FC Porto tinha baixado a pressão e jogava um pouco displicentemente, como que a contar os minutos para a inevitável vitória.
O treinador medricas ajuda, fazendo substituições de retranca, e o Benfica era a melhor equipa em campo, sem que isso se traduzisse em oportunidades.
O golo de Kastouranis foi como um despertador estrindente para um jogo que estava a ficar sonolento, e o Benfica cresceu sobre o FC Porto. Aquela miserável e paupérrima equipa da primeira meia-hora acreditou que era possível empatar e mostrou ambição, que é coisa que por vezes resolve a evidente falta de talento e de fio de jogo que este Benfica mostra.
Com Mantorras em campo, o Benfica joga com outra alegria, outra fé. Mesmo os que gozam com as qualidades trapalhonas do angolano não podem deixar de reconhecer que ele transmite uma energia e um dinamismo contagiante às manobras ofensivas. Em pouco mais de vinte minutos Mantorras fez bem mais do que Kikin (outra fraude) no resto do jogo. O passe a rasgar para a entrada de Nélson que dá origem ao segundo golo é de Mantorras, e a forma como a equipa foi empurrada para a frente foi também da responsabilidade do angolano.
Após o empate foi o Benfica a única equipa a procurar coerentemente a vitória, e só Pepe conseguiu aliviar um pouco a pressão e um golo eminente, mas no fim e completamente contra o rumo dos acontecimentos, o FC Porto acaba por meter outro golo às três tabelas (como fora o primeiro).
Em matéria de bilhar, o resultado é justo e premeia a primeira mgnífica meia-hora do FC Porto, a mostrar que é muito mais equipa e que joga muito melhor à bola do que o Benfica, mas no fim acaba por ser um resultado injusto e castigador para o esforço e fé encarnadas.
Talvez o empate tivesse sido de facto o resultado mais justo, mas o que sobra deste clássico é que apesar da "ressurreição" o Benfica é uma equipa pobre de soluções, pouco imaginativa e sem classe, e que o FC Porto tem talento, mas é arrogante e tem um treinador medroso.
Ambos vão perder muitos pontos e dar muitas desilusões aos respectivos adeptos durante a temporada.
Pronto, é tudo.

PS. Notas individuais positivas no FC Porto para Helton, o gigante Pepe, o genial Quaresma e o surpreendente Postiga, em que nem os próprios portistas acreditavam, e no Benfica para Leo, irrequieto e enérgico lateral e Mantorras, sempre aquela alegria.

Notas negativas para o treinador do FC Porto que quase perdeu um jogo ganho e para um jogadore que só sob a gestão do senhor Veiga e com um treinador como o Sr. Santos tem lugar na equipa do Benfica, o Paulo Jorge que o ano passado era reserva no Boavista e este ano é titular no Benfica.
Sobre a gestão desportiva da direcção eleita com 95 por cento dos votos está tudo dito quando se olha para o banco e se vê o Sr. Veiga rodeado pelo Engenheiro Santos,Beto, Karyaka, Nuno Assis e afins.
Meu pobre Benfica.

2 Comments:

Blogger Pedro Salvado said...

O Porto foi o justo vencedor, ponto final. E como não podem apontar nada ao arbitro (nem convem...), vêm agora com a vitória moral...
Sorte, azar, faz tudo parte do jogo.
3 pontos e a impressão de que não tivessem abatido o Anderson, no fim dos primeiros 45 minutos, o Santos estava despedido.

9:18 da tarde  
Blogger Strong said...

Eu percebo as tuas palavras, também quando vejo o jogo o estádio, devido ao ambiente que se vive, o dominio da nossa equipa parece avassalador, e o resultado é sempre mais que justo quando ganhamos... Agora essa do se ão tivessem abatido o Anerson é que não. Também posso mandar para o ar que me fica a impressão se não tivessem abatido o Miccolli antes de o jogo começar, o 3º treinador da época estava a caminho...

9:44 da manhã  

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