quarta-feira, outubro 18

Anti-depressivo benfiquista com urgência

Depois de um Mundial de futebol, o regresso à normalidade do futebolzinho caseiro é sempre doloroso. Sobretudo se formos adeptos incondicionais de um clube de futebol que há mais de dez anos é uma mistificação.
Por isso este ano decidi decretar a mim mesmo uma espécie de ano sabático do futebol, porque ando enjoado de futebolices, e ando mesmo muito enjoado deste meu benfiquismo galvanizado, que confesso, toma muitas vezes a ilusão pela realidade.

E a realidade é simplesmente esta: O Benfica é dos três grandes a equipa menos empolgante, menos apaixonante, menos galvanizante da última década. Ao sabor de sucessivas direcções manhosas que se servem do Benfica mais do que servem o Benfica, o meu clube vai apenas vivendo da infindável e quase inesgotável fé e paciência dos adeptos. Pois a minha esgotou-se.
Há mais de uma década que o Benfica não apresenta de forma continuada e consequente um modelo de jogo baseado em boas exibições. Passarm por lá treinadores em catadupa, jogadores dos quatro cantos do mundo, directores desportivos, presidentes e vendedores da banha da cobra, e há mais de dez anos que não me posso orgulhar de dizer que o meu clube tem classe, garra, ou um futebol de ataque e qualidade superior. Os raros sucessos e picos exibicionais foram sempre fruto da fortuna, das fraquezas adversárisa ou de um calculismo resultadista que nos deu por mero acaso do destino o único título nacional da última década. Ou seja, vivemos numa ilusão de grandeza que só sobrevive no coração de adeptos obstinados como eu. O Benfica é hoje um clube pobre de espírito, de ideias e de liderança, com reflexos óbvios no que se vai passando no relvado. Quando a presidência é apenas disputada por um homem que noutro grande clube europeu já teria sido corrido à lençada, é sinal que algo vai mesmo podre no reino da Dinamarca, e que os sócios do Benfica já se contentam com balelas e terceiros lugares.
Mais do que a ruinosa e interesseira gestão desportiva dos últimos anos, o que cava a moral deste Benfica é o conformismo que aceita o Sr. Vieira como "grande presidente", o senhor Veiga como grande "director desportivo" e o Engº Santos como grande treinador, e aquela equipa como "grande equipa".
É tudo treta, é tudo mas é uma valente merda, perpetuada por essa crendice clubista, que acredita que agora é o Rui Costa é que vai salvar a jangada do naufrágio certo. Pobre Rui, em má-hora regressaste a esta casa usurpada e que nada tem a haver com aquela que deixaste há mais de uma década. Eu queria um novo Benfica, ambicioso e com raça, com uma direcção forte e com visão estratégica e queria que o meu clube jogasse bom futebol, será que é pedir assim tanto, se calhar é.

2 Comments:

Blogger Duarte Freire said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

7:47 da tarde  
Blogger Duarte Freire said...

Assino por baixo... grande post, grandes verdades...

http://futebolz.blogspot.com/

7:50 da tarde  

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