O triunfo da humildade - parte 2

O Benfica está só a um passinho do título. Onze anos depois, e apesar de voar baixinho, a águia de Trapatonni arrisca-se a saldar as contas com a história.
Ontem, na Luz, o Benfica provou que a humildade e a fé podem mover montanhas. Contra um Sporting sobranceiro e calculista, apostado em empatar, o Benfica foi a única equipa em campo a lutar pela vitória. Teve sorte, claro que sim. Da mesma forma que o Sporting teve sorte naquele golo de Miguel Garcia contra o AZ Alkmar.
A vitória inteiramente justa do Benfica abre-lhe com justiça o caminho pra o ambicionado título que está cada vez mais perto, e provou também aquilo que só os sportinguistas mais galvanizados ainda não tinham percebido (apesar das várias demonstrações em contrário) - é que o Sporting está longe de ser uma espécie de Dream Team. Tem talento, é verdade, pratica por vezes um futebol bonito e bem "oleado", mas está muito longe de ser uma "máquina" de futebol. Ontem viu-se que o Sporting é uma equipa que se pode rapidamente tornar-se vulgar e acessível. Só assim se explica que uma equipa "menor" como o Benfica tenha conseguido impor-se num jogo tão decisivo como aquele. Para mim, o que falta em talento no Benfica, sobra em determinação e humildade. Ontem foi dia de lição de humildade em campo, que espero que se repita no próximo domingo como o Boavista. Só assim seremos campeões. Para o Sporting fica a consolação da Taça UEFA (que espero sinceramente que vençam) e para nós benfiquistas o contentamento de agora podermos ver a lagartada a andar de bola baixinha, junto à relva, à altura da dimensão do seu futebol. Fez-se justiça!