quinta-feira, novembro 3

Derrota amarga, mas isto passa!

O Benfica perdeu ontem com o Villarreal. Um resultado injusto, mas normal numa competição com o nível da Liga dos Campeões. Os espanhóis dominaram a primeira parte, graças ao génio de Diego Fórlain, herói nacional uruguaio que começou a jogar futebol aos 14 anos para ajudar a pagar uma operação ao irmão que era portador de uma doença grave. Forlain viveu na sombra de Nistelrooy no Manhester, mas confirmou todas as suas qualidades no Villarreal. No ano passado foi o melhor marcador do campeonato. Dá gosto ver um jogador assim, como dá gosto ver Riquelme, a quem é literalmente impossível tirar a bola (Petit que o diga).
O submarino amarelo é de facto uma boa equipa, mas ainda assim, e com uma formação meio abalada pelas lesões, o Benfica esteve ao seu nível, e pelo que fez na segunda parte não merecia aquele golo de Senna, em que Nereu tem culpas, mas não pode ser crucificado, já que na primeira parte fez duas magníficas defesas.
Apesar de ser um resultado muito negativo, nada está perdido, e seriam poucos a pensar há bem pouco tempo, que o Benfica, a duas jornadas do fim do apuramento, está em condições de discutir o apuramento, dependendo de si e da sorte que lhe faltou nos jogos com o Villarreal.
Duas notas finais, uma de preocupação e uma de optimismo:
É preocupante ver que o Benfica está demasiado dependente da velocidade e dos desiquilíbrios de Simão, dos cruzamentos de Nélson, e do sentido de oportunidade de Nuno Gomes. Quando isso falha, o Benfica fica sem soluções e não tem dinâmicas ofensivas que permitam variar o jogo. Para uma equipa atenta e bem estruturada torna-se fácil anular o ataque do Benfica. Espero que com o Karagounis na sua melhor forma e que com o Miccoli no activo, o futebol encarnado se torne menos previsível.
- A nota de optimismo prende-se com a nossa defesa. Ontem foi a vez de Léo se revelar como uma excelente aquisição. Jogador veloz e que vai perdendo o medo de embalar pelo seu flanco, o brasileiro consegue disfarçar o handicap de ser pequenote, com um bom sentido posicional e um timing correcto de cobertura e ataque à bola. Parece-me de longe o melhor lateral-esquerdo que o Benfica teve nos últimos anos. De Nélson está tudo dito (ontem não sairam os centros, e ainda falha muito no passe curto), e quanto à dupla de centrais é de longe a melhor do campeonato português.
Por isso tudo, e ao contrário do histerismo que se vive permanentemente noutros clubes, uma derrota em casa com o Villarreal na Champions League não é caso para declarar estado de sítio, e continuaremos tranquilamente a nossa caminhada rumo ao título naciona, porque esta equipa dá e sobra para os gastos cá de casa.
Na Liga dos Campeões, se nos apurarmos muito bem, se não, também não virá mal ao mundo. Esta tranquilidade é meio caminho andado para ganhar o campeonato.

2 Comments:

Blogger Rui Pelejão said...

Em Portugal, os únicos adeptos que falaram em "dream team" nos últimos tempos, foram os de um clube chamado Sporting, viu-se mas foi o "nightmare before christhmas".
Quanto aos benfiquistas, estão perfeitamente conscientes das limitações e debilidades da equipa. Somos realistas, e não pedimos a lua. Mas este ano as melhorias foram notórias do ponto de vista exibicional, que era a única coisa que eu pedia.
Quanto ao resto concordo contigo, mas apenas tenho de esperar que o Karagounis esteja a 100 por cento para saber se é o tal número 10 que nos faz falta. Mas também é bom de ver que números 10 como o Deco, o Lampard, o Rui Costa ou o Riquelme não andam para aí ao desbarato. Basta um organizador de jogo que saiba defender, não é preciso ser nenhum génio. Acho que o Karagounis em boa forma serve perfeitamente.

5:13 da tarde  
Blogger Rui Pelejão said...

Há contudo uma ligeirissima diferença - O Rui Nereu é o terceiro guarda-redes do Benfica, enquanto o Ricardo é o primeiro guarda-redes do Sporting.

12:08 da tarde  

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